11.11.2007

Arco de Zoé


Desde outubro que a mídia francesa mantém o caso Arco de Zoé em sua pauta diária. No entanto, apesar de conseguirmos encontrar aqui e ali algumas críticas ao comportamento dos franceses no caso, o que impera é a defesa dos franceses em relação aos seus compatriotas.
No imbroglio que se seguiu a prisão dos sete franceses no Tchad - no momento em que estes embarcavam num avião com 103 crianças rumo a França -, não faltaram manifestações de apoio aos raptores que se encontravam aguardando o destino de sua sorte numa prosão em Abéché, no leste do Tchad.
A imprensa francesa quando se refere aos pais das crianças em causa, diz sempre "os presumíveis pais", mas jamais diz "os presumíveis raptores" em se referindo aos membros da ONG que atuava na fronteira do Tchad com o Darfur.
Sexta-feira última o presidente francês, Nicolas Sarkozy, declarou que lutava para que os franceses presos no Tchad fossem libertados para serem julgados sob júri francês, afinal, nas palavras dele, "a minha obrogação é defender os franceses, sejam eles bons ou maus".
Fica a pergunta: caso se tratasse do mesmo rapto de crianças praticado por franceses, mas na fronteira com a Alemanha o presidente teria coragem de fazer tal declaração? E os cidadãos franceses, teriam coragem de organizar mnifestações públicas de apoio aos raptores?

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